quinta-feira, 18 de novembro de 2010

QUANTIDADE DE ÁGUA NECESSÁRIA

1. PERÍODO DE PROJETO
A escolha do manancial está condicionada à sua capacidade ou não de atender às necessidades de uma comunidade, no que diz respeito ao consumo atual requerido, bem como a previsão do aumento do consumo da comunidade no futuro, em função do seu próprio crescimento. Todo e qualquer sistema é projetado para servir uma comunidade, por um certo espaço de tempo, denominado de período do projeto. Para que se faça o cálculo do consumo provável, é necessário conhecer:


População a ser servida;

Consumo "per capita", ou seja, a quantidade média diária gasta por cada um dos consumidores.

Variação horária e variação diária do consumo.

Nos projetos, costuma-se fazer uma estimativa da população, a qual se baseia em:

População atual;

Número de anos durante os quais vai servir o projeto (período de projeto);

Taxa de crescimento da população.

2. QUANTIDADE DE ÁGUA PARA FINS DIVERSOS

O homem não só precisa de água de qualidade satisfatória, mas também em quantidade suficiente para satisfazer suas necessidades de alimentação, higiene e lazer, entre outras. Hoje se considera a água do ponto de vista sanitário, de grande importância no controle e na prevenção de doenças. Normalmente a água é gasta das seguintes maneiras:


a) Água para fins domésticos

É a que serve à bebida, ao banho, à lavagem de roupa e de utensílios, à limpeza de casa e aguação do jardim, às abluções e a descarga da privada.


b) Água para fins comerciais

É a água gasta em restaurantes, bares, escritórios e demais estabelecimentos comerciais.


c) Água para fins industriais

É a água utilizada na transformação de matéria prima ou a água que entra na composição do produto beneficiado e também a água para irrigação.


d) Água para fins públicos

É a água utilizada nos edifícios públicos, nas fontes dos jardins públicos e para a limpeza pública.



e) Água para fins de recreação

É a água utilizada nas piscinas de recreio e de esportes.



f) Água para fins de segurança

É a água utilizada para combate a incêndios.



3. CONSUMO MÉDIO DE ÁGUA POR PESSOA/DIA


O consumo médio de água por pessoa por dia, conhecido por "consumo per capita" de uma comunidade é obtido, dividindo-se o total de seu consumo de água por dia pelo número de pessoas servidas. O consumo de água depende de vários fatores, sendo complicada a determinação do gasto mais provável por consumidor. No Brasil, costuma-se adotar quotas médias "per capita" diárias de 120 a 200 litros por pessoa.

Na zona urbana, a variação é motivada pelos hábitos de higiene da população, do clima, do tipo de instalação hidráulico-sanitária dos domicílios e, notadamente, pelo tamanho e desenvolvimento da cidade. Na zona rural, o consumo "per capita" é influenciado também pelo clima, pelos hábitos de higiene e pela distância da fonte ao local de consumo.


Segundo o Engo. Saturnino de Brito, de saudosa memória, o consumo mínimo de água/pessoa por dia para fins domésticos é de:

- Água para a bebida ......................... 02 litros

- Alimentos e cozinha ........................ 06 litros

- Lavagens de utensílios ....................09 litros

- Lavagens de roupas ........................15 litros

- Abluções diárias ............................. 05 litros

- Banho de chuveiro ..........................30 litros

- Aparelhos sanitários .......................10 litros

________________________________________

T O T A L ....................................... 77 litros


Deve-se adotar 80 litros d’água por pessoa/dia. No caso de bacia sanitária com caixa de descarga deve-se acrescentar mais 40 litros, ou seja, 120 litros (em média 2 descargas por dia).

Nos projetos de abastecimento público de água, o "per capita" adotado varia de acordo com a natureza da cidade e o tamanho da população. A maioria dos órgãos oficiais adotam 200 litros/habitante/dia para as grandes cidades, 150 litros/habitante/dia para médias e pequenas. A Fundação Nacional de Saúde, acha suficiente 100 litros/habitante/dia para vilas e pequenas comunidades. Em caso de abastecimento de pequenas comunidades, com carência de água e de recursos é admissível até 60 litros/habitante/dia.



4. TIPOS DE ABASTECIMENTOS


Basicamente existem dois tipos de solução para o abastecimento público de água:


Solução coletiva;

Solução individual.

a) Solução coletiva

Aplica-se normalmente nas áreas urbanas, e neste caso, o manancial, a adução, o tratamento, a reservação e a distribuição são coletivos e os custos são divididos entre os usuários do sistema.


b) Solução individual

É normalmente adotadas nas áreas rurais, de população esparsa ou dispersa. Neste caso, as soluções geralmente são com base domiciliar, assim como os respectivos custos. No caso das áreas rurais, a quantidade de água necessária pode ser acrescida de valores adicionais gasta com a criação de animais, não incluída na quota "per capita" humana. Os valores adicionais sugeridos para a criação de animais, seriam:


- Vacas leiteiras ....................................... 120 litros / cabeça.dia

- Vacas leiteiras (só para bebida)............ 50 litros / cabeça.dia

- Cavalos ou novilhos ............................. 60 litros / cabeça.dia

- Bois, burros ............................................ 35 litros / cabeça.dia

- Porcos ..................................................... 15 litros / cabeça.dia

- Carneiros, ovelhas................................. 10 litros / cabeça.dia

- Perus ......................................................... 0,3 litro / cabeça.dia

- Galinhas .................................................... 0,1 litro / cabeça.dia


Em áreas urbanas e periferias, com características rurais ou em áreas rurais de população mais concentrada, pode-se utilizar uma combinação das soluções para dotar a comunidade de um sistema de abastecimento de água, onde algumas partes, como o manancial ou o reservatório, são de caráter coletivo, porém com a distribuição de água de caráter individual. É o caso dos chafarizes, por exemplo.


Normalmente, uma grande cidade contém uma parte central de características urbanas densamente povoadas, uma zona suburbana com população mais espalhada e uma terceira zona, periférica, de características nitidamente rurais. Nesses casos, deve-se estudar a solução ou soluções mais adequadas para cada uma dessas zonas.



5. QUALIDADE DA ÁGUA

A qualidade da água é avaliada por meio de exames. Como é impraticável analisar toda a massa de água de um manancial, coletam-se amostras e através de suas análises, conclui-se qual a qualidade desta água. A análise da água e realizada através de exames os quais são classificados em:



Físicos;

Químicos;

Bacteriológicos.

  •  Cuidados na obtenção das amostras para exames (Figura 10)
a) Em água de rio:
Tirar a amostra abaixo da superfície, colocando o gargalo no sentido contrário ao da corrente;

b) Em água de poço raso:
 Deve-se mergulhar o frasco com a boca para baixo e não coletar na sua superfície, pode-se empregar uma vara com rolha e com cordão;

c) Torneira ou proveniente de uma bomba:
 Deixar a água escoar por algum tempo (um minuto), desprezando as primeiras águas.

  •  Amostras para exames físicos e químicos
A amostra de água para exame físico e químico deve ser colhida em 02 (dois) litros, em garrafas limpas e convenientemente arrolhadas. Uma vez obtidas, as amostras devem ser enviadas com a máxima brevidade ao laboratório.

  • Amostras para exame bacteriológico
As coletas de água para exame bacteriológico são realizadas em frascos, geralmente com 100cm3 de volume. O frasco deve vir limpo e esterilizado do laboratório e convenientemente tampado. Antes da coleta da amostra de água para análises bacteriológicas, deveremos nos informar se foi adicionado cloro na água, pois neste caso, o vidro além de esterilizado, deve conter em seu interior, 2cm3 de hiposulfeto de sódio para eliminação da influência do cloro.

  •  Cuidados na coleta de amostras para exames bacteriológicos.(Figura 13)
São os seguintes os cuidados indispensáveis para se coletar uma amostra confiável:

Em caso de torneira ou bomba, deixar correr as primeiras águas;
Flambar a torneira com chama de papel ou de álcool;
Não tocar com os dedos na parte da rolha que fica no interior do vidro;

Exame bacteriológico deve ser feito o mais rápido possível. As amostras devem ser conservadas à temperatura de 6oC a 10oC (geladeira) para evitar o crescimento da quantidade de micróbios. O tempo máximo permitido entre a coleta da amostra e o exame no laboratório é de 06 (seis) horas, isto para água pouco poluída.


Fig. 13 - Coleta de Água Para Exame

A - Esterilizando a torneira
B - Retirando a tampa do frasco
C - Pegando a amostra
D - Vedando o frasco
E - Pegando a amostra num rio



FONTE: http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/A5.html

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